Todos os
dias, de segunda a sexta, leio os Jornais diários... o interessante
é que faço isso na esperança de encontrar uma boa matéria sobre
os vários assuntos, principalmente de política... Vou confessar que
não é uma tarefa lucrativa...
Hoje o
colunista Paulo Alceu do Noticias do Dia superou no quesito sobre
“desconhecer” o assunto que se escreve. Em sua coluna diária ele
discorre sobre a conjuntura política da Argentina... o intuito é o
mesmo dos editoriais de todos os jornais de circulação nacional que
em sua maioria são de direita (mas não assumem), ou seja, rechaçar
qualquer política que seja minimamente progressista.
Paulo
Alceu começa errando pelo título “Pobre Argentina” sugerindo ao
leitor uma visão negativa daquele país, que superou uma das suas
maiores crises econômicas em 2001... crise essa que só teve algo
parecido e registrado em 1890...é bom lembrar que a “pobre
Argentina” ficou pobre e muito pobre quando nas mãos do Neoliberal
e privatista Carlos Menen, que tinha os meios de comunicação ao seu
dispor para implementar as reformas neoliberais na década de 90.
Nestor
Kichner foi eleito em Maio de 2003 após um momento de turbulência
na política, que contou com a sucessão de 3 presidentes em duas
semanas e a nomeação de um presidente interino. Durante a
presidência de Kirchner a Argentina reestruturou sua dívida interna
e pagou as dívidas com o FMI, renegociou contratos com
concessionárias e nacionalizou algumas empresas anteriormente
privatizadas. Kirchner e seus economistas também prosseguiram com
uma política de rendimentos e vigoroso investimento em obras
públicas. Com esse esforço descomunal para reestruturar o país,
após anos da irresponsabilidade de Carlos Menen e neoliberalismo em
conluio e OVACIONADO PELA IMPRENSA, Cristina Kirchner (esposa de
Nestor) foi eleita e reeleita presidente como a primeira mulher na
América Latina a conseguir esta façanha.
Por essas
e outras que Paulo Alceu foi infeliz (para não dizer outra coisa) em
utilizar as páginas amarelas do panfleto nacional da Direita
Reacionária (revista Veja) que entrevistou um dos sócios da maior
oposição ao governo daquele país: o Jornal “La Nacion” na
tentativa de me fazer acreditar que a Argentina passa por “momentos
sombrios” ou que a Lei de Mídia passou a “impor controle
total”...
É
preciso que alguém avise Paulo Alceu que os momentos sombrios da
Argentina foram em 2001 com a crise econômica e politica que a
imprensa daquele país ajudou a patrocinar. Dizer que a Argentina
vive um momento sem liberdade de expressão é no mínimo faltar com
a verdade, a Argentina nem de longe passa por um momento de exceção,
lá existem todos os mecanismos democráticos que um país necessita
para que a liberdade de expressão seja garantida, nesse caso a
alegação do colunista é leviana e está de acordo com aquilo que
as empresas de comunicação desejam, ou seja, que a única verdade,
ou a verdade absoluta parte da sua visão de mundo...
Por fim,
Paulo Alceu em mais um de seus delírios “Lacerdistas” dá a
entender que em alguns momentos, no Brasil, a liberdade de expressão
corre perigo: “esses ventos, que por vezes influenciam por aqui,
tomem outro rumo bem distante.”
Depois
dessa me pergunto, esse cara mora no Brasil? Ele acha mesmo que vou
acreditar nessa estória? Ele acha mesmo que iremos esquecer do apoio
das redes de comunicação à ditadura civil-militar no Brasil? Ou da
edição do último debate entre Collor e Lula? Ou ainda das inúmeras
tentativas de marginalizar os movimentos sociais e partidos ligados a
construção da cidadania? Das edições dos Jornais televisivos
contra o PT nas eleições municipais e Nacionais? O Caso do
BolinhaGate na campanha para presidente em 2010? Acabamos de assistir
uma das maiores tentativas de golpe nessas eleições com a
exploração do caso Mensalão... e tem-se a coragem em dizer que por
essas bandas a liberdade de expressão está em perigo? Só se o
perigo for a falta de coerência e leviandade de uma mídia golpista
e reacionária... Nesse sentido é que faço uma sugestão ao
colunista Paulo Alceu, utilize outras fontes para suas matérias além
das páginas amarelas da Veja ou correrá o risco em diminuir as
vendas do seu jornal...
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